Crimes de Um Ungido.
“Então, tomou Samuel um vaso de azeite e lho derramou sobre a
cabeça, e o beijou, e disse: Porventura, te não tem ungido o Senhor por capitão
sobre a sua herdade?... E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e
profetizarás com eles e te mudarás em outro homem. E há de ser que, quando
estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo”
(1Samuel 10.1,6,7)
Estes três versículos falam do dia em que
Saul foi ungido rei sobre Israel, e que sinais se dariam como confirmação de
que ele estaria sendo preparado para esta tarefa.
Embora fosse esta uma tarefa comum, ou
melhor, de âmbito natural da vida humana; pois, o que há de sobrenatural em ser
rei (ou como o nosso sistema de governo), ser presidente? Nada! Podemos
enxergar as coisas desta maneira, é a maneira lógica de ver; embora não podemos
nos esquecer de que, forças espirituais lutam contra os governos, fazendo deles
seus instrumentos, ou tentado os destruir. Voltando ao texto. No caso de Saul,
ele precisava ser ungido por Deus, ou receber a unção para ser o líder de
Israel, e somente após esta unção, e após os sinais que se sucederiam é que ele
estaria pronto para liderar o povo de Deus. Ninguém pode liderar o povo de Deus
sem que antes seja ungido, e sem que antes alguns sinais se evidenciem em sua
vida. Que sinais foram estes? Vejamos:
O Espírito do Senhor se
apoderará de ti (1Sm 10.6)
Profetizarás (1Sm 10.6)
Te mudarás em outro homem (1Sm
10.6)
Tudo isso aconteceu mesmo. Ele foi tomado
pelo Espírito, ele profetizou, seu coração mudou, ele passou a liderar. Deus
não falhou no que havia prometido, e jamais falha.
Vejamos a história. Deus não erra ao
escolher ninguém, a unção jamais é desperdiçada. Deus não está tentando acertar jamais. Ele não
erra. Porque então Saul é conhecido na história como o ungido que foi rejeitado
por Deus?
A resposta é simples. A unção é uma
confirmação, é uma capacitação. Confirmação de que alguém foi escolhido para
tal missão, e capacitação para o cumprimento desta tal missão. Isso não quer
dizer que, tal ungido não cometerá erros, ou que ele se tornará infalível após
a unção. Deus não retira do ungido o seu livre arbítrio, e nem anula suas
vontades ou desejos. Assim como Saul errou, qualquer um está sujeito ao erro.
A lição que podemos tirar da vida de Saul
é não devemos cometer os mesmo erros que ele, para não sermos rejeitados por
Deus como ele foi.
Saul demonstrou desde o inicio alguns
pontos fracos que precisavam ser consertados. Impaciência somada o
desobediência. (1Sm
13.8-14) Samuel havia dado a Saul uma ordem vinda de Deus, para que esperassem
sete dias para oferecer sacrifícios ao Senhor e seu reino seria confirmado. O
que Saul fez? De forma imprudente, e precipitada resolve fazer diferente do que
a ordem recebida. Não adianta fazer, tem que ser feito como Deus quer. Fazer
diferente da vontade de Deus é desobedecer, e desobedecer é pecar.
Primeiro crime de Saul: Desobediência.
O Deus misericordioso, louvado para
sempre seja o seu nome, deu a Saul outra oportunidade. O exercito de Israel obtém
uma grande vitória contra os Filisteus (1Sm 14.1-31) e por mais uma vez Saul desobedece
deixando de fazer o que Deus manda, e da forma como Deus manda (1Sm 15.3,9)
Muitos se acham intocáveis, e pelo
simples fato de terem sido escolhidos acham que podem e devem fazer e agir da
maneira que bem entendem, achando que Deus irá chancelar suas atitudes. Estão
redondamente enganados. Não estamos incitando ninguém a promover levantes
contra os escolhidos, uma vez que não devemos estender a mão para a iniquidade
mesmo quando tais escolhidos cometem atos abusivos, e absurdos, ainda assim
devemos acreditar que Deus está no controle de tudo e Ele, somente Ele
retribuirá a cada um segundo seus atos.
“Não toqueis os meus ungidos, e aos meus profetas não façais mal”
(1Cr 16.22)
Esta é uma recomendação bíblica, que trás
a lembrança de que Deus é o responsável por seus ungidos. Nós não devemos
estender a mão contra o ungido, mas sabe quem o faz? Deus. É ele quem estende a
mão contra o ungido, se este não está procedendo da forma e do jeito que Deus
quer. Vejamos:
(2Sm 12.9,10) “Porque, pois, desprezaste a palavra do Senhor,
fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua
mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com espada dos filhos de Amom.
Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me
desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher”
A sentença se estende ainda mais, porém,
aqui, dá para perceber que quando Deus escolhe (unge) ele não se torna
complacente com os erros (crimes) de seus “Ungidos”. Deus jamais fecha os olhos
para os desvios de conduta de quem quer que seja.
A nação de Israel passa a crescer ainda
mais, e continua avançando em suas conquistas. O exercito ganha força e
motivação com as novas conquistas, e mais jovem passam a se alistar no exercito
de Israel. Porém, mais um desafio está à frente do recém-formado exercito. Um
gigante Filisteu desafia todo o exercito, estes temendo não ousam enfrentar o
gigante guerreiro. Neste momento da história e que surge um jovem pastor de
ovelhas Davi, que munido de coragem e fé, resolve aceitar o desafio de
enfrentar o gigante. Resultado? Vitória! Surge então um novo herói em Israel
dando então vitória para todo o povo. O rei deveria ficar feliz, mas não fica. Por
quê? Mais uma fraqueza de Saul vem à tona: ciúme. O ciúme é um sintoma da falta
de confiança, e de segurança, e é nutrido por um sentimento exagerado de posse.
Um erro e uma burrice gigantesca por parte de Saul, pois, quem era Davi? Apenas
um servo, e Saul era o rei. Toda vitória conquistada por Davi, não era para o Davi, e sim para o reino
de Israel, e quem era o rei de Israel? Saul. Este é o segundo crime de Saul: Ciúme.
Na cabeça de Saul estava um único
pensamento: Davi vai tomar aquilo que é meu! Davi não estava ali para tomar
nada. É isso que se passa na cabeça de todo ciumento. Ele vai tomar aquilo que
é meu. (1Sm
18.8,9) “Então, Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus
olhos; e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade
que lhe falta, se não só o reino? E desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi
com suspeita”
Veja que como o estado de uma pessoa
tende a piorar quando esta não consegue enxergar com bons olhos o próprio bem
que está ao seu lado (1Sm 16.14) o estado de
Saul foi só piorando à medida que dava lugar ao mal. todos nós precisamos ter
cuidado quanto a sentimentos que alimentamos dentro de nós. Muitos começam bem,
ouvem a voz de Deus, obedecendo, estendendo a mão, sendo um canal de benção, de
repente passam a dar lugar ao mal que tão de perto os rodeia, e então é tarde
demais, e ao invés de fazerem o bem, começam a fazer o mal. Muitos “ungidos”
não conseguem ter relacionamentos fraternais sinceros, não conseguem ser
verdadeiros, não são leais, não são confiáveis e etc. Por quê? Deixaram o mal
os dominar. Vigiem não cometam o mesmo crime que Saul.
Se o segundo crime de Saul foi o ciúme,
terceiro foi a Inveja.
A inveja é um sentimento movido pelo
desejo de possuir o que outro possui. E não quer dizer que: Ele tem, e eu quero
também ter a mesma coisa. Não! A inveja é assim: Eu quero tomar o que ele tem
para que somente eu tenha! Isto é a inveja.
“E desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi com suspeita” (1Sm
18.9)
Saul não suportava a popularidade, e o
fato de Davi ser bem quisto pelo povo. Ele queria aquilo tudo só para ele. Saul
não era popular entre o povo, nem todos o haviam aceitado em cem por cento como
rei sobre todo o Israel (1Sm 11.12-14) para muitos ungidos, o simples fato de
não serem aceitos pela maioria é motivo de desconfiança e de perseguição contra
os opostos. No caso de Saul, um rei sobre Israel era algo novo, que ainda
estava em processo de assimilação, e isso envolveria uma entrega total por
parte de ambos os lados, todos deveriam trabalhar juntos suas diferenças e
vencer a cada uma delas visando o bem comum. Muitos não pensam assim.
Ao invés de Saul procurar ver o que havia
de bom em Davi e que o povo gostava e procurar assimilar isso para si, ele
resolve perseguir e eliminar aquele que ele pensava que era o causador de tudo
aquilo: Davi. (1Sm 18.21,29; 19.1)
A jornada de Saul foi em ordem
decrescente, ele se afundava cada vez mais. Isso o leva ao seu quarto crime: Matar os opositores.
“E disse o rei aos da sua guarda, que estavam com ele: virai-vos e
matai os sacerdotes do Senhor, porque também a sua mão é com Davi”...(1Sm
22.17)
Saul nutria um ódio terrível contra Davi,
e também contra todos os que fossem favoráveis a ele. Isso lhe cegava
completamente, a ponto de não perceber seu erro, e que se afastava cada vez
mais para longe dos caminhos de Deus.
Isso leva a Saul a cometer seu quinto
crime: Andar no cominho dos pecadores.
Quando Saul procura uma feiticeira, ele
chega ao fundo do poço de seus atos (1Sm 28.7). Ele mostra com isso que não confia
mais em Deus, que não precisa de Deus, e que não se importa com a palavra de
Deus. Não é isso que fazem os pecadores? O mesmo que proibira tal prática, que
era uma ordem de Deus, agora está praticando os mesmos atos, Saul está andando
no caminho dos pecadores. Isso me lembra um outro texto: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o
conselho dos ímpios, nem se detêm no caminho dos pecadores, nem se assenta na
roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei
medita de dia e de noite” (Salmo 1.1,2)
Davi foi para Saul um exemplo de servo
dedicado, e além de tudo isso, estava mostrando a Saul como Deus gostaria que
ele fosse, mas que por diversas vezes havia rejeitado o ensinamento de Deus.
Deus seria capaz de mudar o que havia dito sobre Saul (1Sm 15.10;16.1), e o tempo em que
passou como rei de Israel sua história seria outra. Se Saul tem alguma honra
até hoje em Israel, isso se dá porque Davi o honrou como um escolhido de Deus.
Muitos ungidos fazem como Saul; tentam
matar o servos de Deus porque não suportam ver na vida de outros aquilo que um
dia já tiveram na sua, mais que agora
perderam, e por essa razão são atormentados por espíritos (sentimentos).
Não cometam os crimes de Saul. Não deixem
que o mal os domine. Sejam livres de qualquer má influencia e sejam um canal
de benção na vida de todos.
Deus, somente Deus, toca nos ungidos.
Na fé, na paz e servido a Deus e ao Reino.
(R.Silva)
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