Projetado para a adoração


Projetado para a Adoração
O templo do Senhor
2 Samuel 7.12,13
Esta magnífica construção de esplendor inigualável foi projetado por Deus para que ali os seus servos o adorassem e mantivessem um relacionamento verdadeiro e genuíno com Ele.
A ideia de um lugar para a adoração partiu de Deus, este projeto está diretamente ligado à necessidade intrínseca do homem. Desde a sua origem, encontramos o homem exercendo este ofício de adorador, a adoração de fato, dentro do contexto bíblico, vai além de uma homenagem, ou de honra, e sim uma reverência e reconhecimento do ser divino e poderoso que é Deus; é a forma como o ser humano se relaciona com o Ser divino. No livro das origens, no livro de Genesis encontramos Abel, Noé, Enoque, Enos, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Jefté, Gideão, Débora, Daniel, Elias, Jeremias, todos estão adorando a Deus. Depois de o povo Hebreu ter passado longos quatrocentos e trinta anos ali no Egito (Êx 12.40), Deus resolve libertar o seu povo do domínio de Faraó, e os chamou, para que o adorassem no deserto. Ali, Ele lhes deu através de Moisés a planta do templo, inicialmente era uma tenda, um tabernáculo, o lugar era chamado de: “A tenda do encontro”. Posteriormente esta tenda daria lugar a um templo fixo, um lugar onde o povo de Deus se reuniria para adorar (Dt 12.18,21) Este lugar, atenderia inicialmente ao propósito de Deus, e posteriormente se mostraria como um tipo do ideal proposto. O templo, propriamente dito, possuía prescrições bem especificas, desde o material a ser usado, os móveis, os objetos, as cores, as cortinas, tudo deveria seguir as determinações de Deus. O templo mesmo só veio a existir no período do reinado de Salomão, esta obra estava entre as prioridades de seu governo, principalmente, pois, além de ter recebido de seu pai esta incumbência, também havia sido dito por Deus, que ele seria o que lhe construiria o Templo. Embora Davi tenha tido a ideia de construir um lugar fixo para a adoração, esta ideia em si, não teve sua origem em Davi, mas sim em Deus, como já foi mencionado à cima (Dt 12.18,21), Davi não pôde construir o Templo, mas no em tanto se preocupou com cada detalhe, e de seu próprio tesouro separou como oferta para o templo, além de organizar o serviço dos levitas e sacerdotes (1 Cr 22-29) são exatos sete capítulos dedicados a falar sobre como Davi preocupou-se com a construção do Templo. Salomão edifica o templo no quarto ano de seu governo (1Rs 6.1) logo após ter resolvido alguns problemas internos que poderiam lhe causar o enfraquecimento de seu reinado. O templo construído revela alguns aspectos espirituais em toda a sua construção. Todo o edifício em si, revela a santidade de Deus, pois toda a área que compreendia o Templo era sagrada, santa, o qual deveria ser respeitado, e visto com reverência. O templo, possuía 20 metros de comprimento, 9 de largura, por 13,5 de altura. Era feito com pedras preparadas antes de serem levadas para o local da construção e constituídos de três partes principais.
  • O vestíbulo ou pórtico
  • O salão principal ou Lugar Santo
  • O Santuário interno, chamado também de lugar Santíssimo ou Santo dos Santos, onde ficava a arca com os dez mandamentos.

Salomão também construiu três andares com salas nas laterais e na parte do fundo, usadas posteriormente como arsenal, tesouraria e biblioteca. De cada lado do pórtico, Salomão colocou uma coluna de bronze com cerca de 8 metros de altura com capitéis de cerca de 2 metros de altura e chamou a da direta de Jaquim e da esquerda de Boaz. As paredes do templo eram de cedro do Líbano.
Salomão revestiu todo o interior do templo, inclusive as paredes e o piso, com ouro, um metal que não lhe faltava, uma vez que a arrecadação anual era de mais de 23 toneladas de ouro.
Os utensílios do Templo
De acordo com o livro de Reis (7.23-26) os utensílios do templo eram estes: Um tanque de água semiesférico feito de bronze chamado de “mar de fundição”, usado para purificação cerimonial, Salomão mandou fazer também dez suportes móveis de bronze, cada um com uma bacia de bronze com capacidade de 880 litros, o altar de bronze, a mesa dos pães, o candelabro, o altar de incenso, a arca da aliança.
A bacia de bronze: Representa a purificação e o inicio da santificação.
A mesa dos Pães: Simboliza Cristo, “o Pão da Vida”.
O candelabro: Representa Cristo, “a luz do mundo”.
O altar do incenso: Representa a intercessão de Cristo na glória, e também a oração dos santos.
O altar do holocausto: Simboliza a cruz do calvário, o sacrifício perfeito do unigênito filho de Deus.
A arca da aliança: Simboliza a justiça e a presença de Deus.
A área do templo
O templo possuía três áreas distintas: O pátio, o lugar santo e o santo dos santos, ou lugar santíssimo. No pátio ficavam o povo, os adoradores, os ofertantes. No lugar santo, era lugar destinado para os oficiais do templo, sacerdotes e levitas. No lugar santíssimo, ali somente o sumo sacerdote podia entrar, e isso uma vez por ano.
Toda área do templo era consagrado, santo, esse termo santo no hebraico é: “Qadosh” sagrado, santo, dedicado; adjetivo usado para objeto, lugar, pessoas e etc.
No novo testamento este termo é “Hagiazõ” e “Hagios” para comunicar a mesma ideia.
O Templo no novo testamento
No novo testamento temos o templo de Herodes, é chamado assim, pois foi construído por Herodes o grande.
Um breve comentário.
Dos últimos governantes da Judéia, o maior foi, sem dúvida, Herodes, o Grande, que não era Judeu. Seu pai, Antípater, era idumeu, descendente dos edomitas do Antigo Testamento e sua mãe, Cipros, era árabe nabáteia. Em 47 A.C., os romanos nomearam Antípater governador da Judéia. Ele, por sua vez, nomeou o filho, Herodes, prefeito da Galiléia. Em 40 A.C., o Senado romano conferiu a Herodes o titulo de “rei dos judeus”, mas para obter o poder correspondente ao titulo ele teve de lutar durante três anos contra o governante hasmoneu Antígono e sitiar Jerusalém. Ao longo de todo o seu governo, Herodes foi um amigo e aliado leal de Roma. Desta forma, então para aplacar o ódio do povo judeu, que eram seus súditos, pois não o viam com bons olhos, ele inicia um programa de construção audacioso, e maior projeto era sem dúvida o de construir um novo templo.
Na esperança de conquistar o favor dos judeus, Herodes toma como uma de suas dez esposa a Mariamne, neta do sumo sacerdote exilado Hircano II, e assim procurou legitimar o seu governo aos olhos dos judeus; isso não agradaria por completo o povo, então Herodes anuncia a reconstrução do templo do Senhor em Jerusalém. O anuncio foi feito no décimo oitavo ano de seu governo. A declaração não foi bem recebida, pois o templo de Zorobabel ainda estava de pé, e eles temiam que fosse uma forma de Herodes destruir o templo e não construir outro no lugar, porém Herodes publicou todos os planos para a construção antes de começar a demolir o templo antigo. Usaria a mesma pedra branca empregada por Salomão no primeiro templo.
As pedras foram transportadas em mil carroções. O trabalho foi dificultado pela necessidade de continuar com os cultos e sacrifícios e pela norma segunda a qual somente sacerdotes podiam entrar no templo. Herodes contratou dez mil operários especializados e mandou treinar mil sacerdotes para trabalhar com pedras de modo que pudessem construir o edifício sagrado. Os sacerdotes construíram a parte interna do novo templo em dezoito meses, mas as obras ainda estavam em andamento no tempo de Jesus, daí o comentário dos judeus “Em quarenta anos e seis anos foi edificado este santuário” (Jo 2.20)
Neste novo templo, o povo judeu prestava toda a sua adoração a Deus, e via este santuário como de fato um lugar sagrado. O historiador Flávio Josefo usa uma frase tirada do Talmude ( Baba Batrtha 4a ) “Quem não viu o templo de Herodes nunca viu uma obra magnífica”, esta frase de um rabino, pode expressar o orgulho do povo judeu em relação ao novo templo. Quando Jesus passa por ali, e é convidado a atentar para a magnitude daquela construção, ele declara: “Não ficará pedra sobre pedra” (Mt 24.2) e “derribarei este templo, e em três dias o levantarei...mas ele falava do templo do seu corpo” (J0 2.19-21)
Um novo templo
Os escritores do novo testamento foram testemunhas do surgimento de um novo templo, enquanto os judeus olhavam para o templo erguido por Herodes, Jesus nos faz olhar para outro templo, este foi erguido por ele e para ele. Um tabernáculo criado para a habitação de Deus e para morada do Espírito Santo. Esta ideia foi reforçada por Jesus. Sobre isto ele disse:
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (Jo 14.23) Paulo tem esta compreensão de um novo templo. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16). A palavra de Deus, desde cedo nos preparava para a realidade de que: “Deus não habita em templo feito por mão humanas” (1Rs 8.27,30; Is 66.1; At 7.48) esta ideia ganha proporções no novo testamento, e principalmente nas cartas paulinas. Paulo compara cada crente com o templo, ele afirma que, nos dias anteriores a Jesus, Deus escolheu um lugar para se manifestar e habitar. Nestes últimos dias, no tempo em que estamos vivendo, este dia predito por Deus através do profeta: “Por tanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará a luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel” (Is 7.14) É Deus conosco, Deus habitando entre nós, a ideia aqui é tabernacular, ou seja, Deus resolveu morar entre o seu povo. Ele escolheu habitar entre nós. (Ef 2.22) “No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito”. Deus nos formou com suas mãos, nos edificou, nos consagrou, para que pudesse habitar entre nós; através de nós Ele resolveu manifestar a sua glória, “Mas todos nós, com a cara descoberta, refletindo, como espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2Co 3.18).
Lições do templo
Consagração e serviço. Assim como o templo do Senhor era consagrado, consagrado aqui está no sentido de santo, separado, assim nós também, fomos separados por Deus e para Deus. Veja a comparação do texto: (Êx 19.6) “E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo” e (Ef 1.4) “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” Quanto ao serviço, isto está relacionado a uma entrega total do ser, e não de um mero ritual. Veja o que Paulo diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1) aqui este serviço está relacionado à entrega da plenitude do homem, uma entrega total com entendimento, com razão, por reconhecimento, e por agradecimento. Outra ligação é a que está relacionada com o ministério de oficiais. Diz a bíblia: “Por isso diz: subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens” (Ef 4.8) os versículos posteriores descrevem os dons de ministério que são distribuídos na igreja (VS 11-12) “E ele mesmo deu uns para apóstolo, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo”  É inevitável deixar de relacionar o templo sem o serviço nele ministrado, e desta forma chegamos a igreja, como o corpo e lugar que manifesta a glória de Cristo. Todos nós fomos chamados por Deus com um chamado de salvação coletiva, e com um chamado especifico de ministério. Busquemos a Deus, e recebamos dele este dom e ministério, e gastemos nossa vida de forma que o nome do Senhor seja glorificado.
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9) “Por tanto, ofereçamos, sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15)



Pr. Rolandro Silva
Bibliografia: Manual bíblico SBB; Teologia sistemática CPAD; Atlas histórico e geográfico da Bíblia SBB.

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