Meus amados irmãos e irmãs, você que me acompanha e gosta de uma boa reflexão. Lhe convido para uma jornada espetacular, sim, meditar na palavra de Deus é e sempre será uma jornada espetacular. Na oportunidade de hoje iremos refletir em um tema interessante: Toda palavra na boca do profeta é profecia?
Pretendemos discorrer sobre o assunto analisando os profetas do Antigo testamento como Elias, Ezequiel, Jeremias e Natã; também é claro, não poderemos deixar de mencionar profetas do Novo testamento e dos dias atuais.
Em primeiro lugar o que é profecia?
O dicionário teológico define profecia da seguinte forma: Revelação inspirada, sobrenatural e única do conhecimento e da vontade de Deus (Dicionário Teológico Editora CPAD Pg 305)
O que é um profeta?
Do hebraico 'Nabi'. No Antigo Testamento, era a pessoa devidamente vocacionada e autorizada por Deus para falar por Deus e em lugar de Deus (ver Ezequiel 2.1-10)
É importante mencionar que ninguém se faz profeta, ou decide ser profeta. Não se trata de uma escolha humana, e sim uma escolha diretamente e exclusivamente divina.
No antigo testamento temos vários nomes de profetas, já citei acima alguns desses nomes como Elias, Ezequiel, Jeremias e Natã. Minha escolha a respeito desses poucos profetas mencionados se dá porque irei usar os textos referentes a eles que nos darão embasamento a nossa reflexão e conclusão.
É claro que a bíblia menciona outros profetas e profetizas também. O ministério profético não era exclusivo dos homens. Deus não faz acepção de gênero em suas escolhas. Para Deus todos somos iguais e igualmente uteis em sua obra cada um em sua função e ministério especifico. Posso citar dois nomes importantes de profetizas que são mencionados na bíblia: Débora (ver Juízes 4.4) e Ana (ver Lucas 2.36) essas duas mulheres foram importantíssimas, cada uma em sua época. Houveram tantos outros profetas e de várias classes sociais. A condição financeira jamais foi impeditiva ou meritória para se exercer o ministério profético. É Deus quem decide e ele tem seus métodos.
Os profetas ocuparam um papel fundamental na formação da nação, foram eles os escolhidos por Deus para conduzir o povo até ao seu estabelecimento na terra prometida onde deixaram de ser errantes e nômades para se tornarem uma nação estabelecida e com leis e regentes. Quando Israel se tornou uma monarquia teocrática os profetas eram os conselheiros dos reis de Israel (ver 1 Crônicas 17.1)
O papel dos profetas era fundamental para o povo de Deus. Uma vez que o papel dos sacerdotes era apresentar o povo a Deus, os profetas apresentavam Deus ao povo.
Era função dos profetas exortar o povo a manterem uma vida de santidade e obediência a Deus. Se por uma lado os sacerdotes olhavam para o exterior do homem, ou seja, a oferta e o ofertante; os profetas por sua vez olhavam para o interior, eles enxergavam por inspiração divina o propósito e intenção do coração. Quando Deus viu que a nação apenas seguia rituais repetitivos, ele não usou os sacerdotes para reprender o povo, não porque desprezasse o ministério sacerdotal, não é isso, mas, cada um tem a sua função. O papel do sacerdote é manter o serviço em atividade e interceder em favor do povo, o papel do profeta é corrigir. (ver Izaias 1.11-20) (ver Amós 5.21-27)
Não podemos desprezar o ministério profético, haja vista a sua importância para a saúde espiritual do povo de Deus. É necessário, mesmo que de forma sucinta, mostrar a importância do ministério profético e como ele foi útil para o estabelecimento do povo como nação de Deus. Porém, precisamos dar resposta a pergunta que é tema dessa nossa reflexão: Toda palavra na boca do profeta é profecia?
A resposta é não.
Não sou eu quem diz e sim a autoridade máxima. A bíblia, a inerrante e infalível palavra de Deus.
Esclarecendo alguns pontos:
Deus tem responsabilidade com a palavra do profeta?
Não.
"Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira.
E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la" (Jeremias 1.11,12)
Deus tem compromisso com a sua palavra e não com a palavra do profeta.
Deus chama o profeta, o profeta atende o chamado e Deus lhe diz o que falar. Essa é a dinâmica.
"Então me disse: Profetiza sobre esses ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor" (Ezequiel 37.4)
A palavra que tem poder é a palavra de Deus e não a do profeta.
Há um relato bíblico, e aliás é um dos que eu mais gosto que é o relato do ministério do profeta Elias. Muitas pessoas erram ao mencionar esse episódio; não sei se de propósito, ou por falta de atenção, mas o que sei é o que ouvi repetidas vezes certos expositores dizendo que Elias profetizou e Deus assinou em baixo. Uma espécie de chancela a uma atitude ousada de Elias ao proferir (como alguns gostam de dizer: Lançar uma palavra profética) e Deus se viu obrigado a cumprir, afinal, quem havia dito tal palavra era um de seus profetas. Ledo engano. Isso é um erro absurdo. Não podemos ser preguiçosos, leiamos o texto todo e entenderemos que não foi isso o que aconteceu, está claro.
Vamos ao relato em questão.
"Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, se não segundo a minha palavra" (1 Reis 17.1) a princípio poderíamos concordar que Elias usou de autoridade e Deus chancelou o que ele disse. Certo? Errado!
Uma leitura desatenta somada a uma interpretação precipitada para dizer o mínimo chegaria a essa conclusão. Não podemos ser preguiçosos, basta ler todo relato e descobriremos que Elias, como profeta que era estava falando em nome de Deus. O texto seguinte esclarece perfeitamente.
"Sucedeu que, no momento de se oferecer o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e conforme a tua palavra fiz todas essas coisas" (1 Reis 18.36)
Tudo o que Elias disse e fez foi segundo a ordem de Deus, Elias não poderia fazer nada além disso.
O poder não está na palavra do homem, e sim na palavra de Desus. Bom, até aqui vimos que o profeta profetiza o que Deus manda, que Deus tem compromisso com a sua palavra e que o poder está em sua palavra e não na palavra do homem. Então. onde está a questão de que nem toda a palavra na boca do profeta é profecia?
Quero responder com a bíblia, não se trata de minha conclusão, e sim o que a palavra de Deus nos apresenta.
"Elias era homem sujeito as mesmas paixões que nós" (ver Tiago 5.17,18)
As paixões aqui são fraquezas. Todos nós sofremos das mesmas fraquezas e paixões, somos falhos e limitados. Elias representa aqui nesse texto os profetas que são pessoas iguais a nós, com limitações e fraquezas, é isso que o apóstolo Tiago nos apresenta, e é isso que esquecemos as vezes. Pensamos que eles são super humanos e que não erram, não sofrem e nem possuem defeitos.
Deus chamou o profeta Samuel e o enviou a casa de Jessé para ungir um rei, Deus não disse quem era; então Samuel, direcionado pela aparência e por seus conceitos olhou Eliabe e disse certamente é esse (ver Samuel 16.6,7) engano, Deus não vê como o homem vê, Deus vê o coração.
O profeta não deixa de ser humano e nem seus sentimentos são eliminados quando está a serviço de Deus. A menor que seja a vigilância pode ser a motivação para se proferir uma palavra equivocada.
A bíblia nos apresente o exemplo de Natã. Homem de Deus, é de Deus, mas é homem.
Assim podemos dizer com base na bíblia que nem toda palavra na boca do profeta é profecia.
"Então Natã disse a Davi: Tudo quanto tens no teu coração faze, porque Deus é contigo.
Mas sucedeu, na mesma noite, que a palavra de Deus veio a Natã, dizendo:
Vai, e dize a Davi meu servo: Assim diz o Senhor: Tu não me edificarás uma casa para eu morar" (ver 1 Crônicas 17.2,3,4)
Deus corrigiu o erro, Davi possuía um sentimento nobre, justo e digno. Natã como profeta que era, como homem de Deus que era, deveria ter sido mais cauteloso. Jamais use o nome de Deus para dizer algo como se isso fosse a vontade de Deus. Muitos de maneira inocente fazem isso sem perceber o grande perigo em que estão se metendo. Outros fazem isso propositalmente. (Falsos profetas)
Não quero que você deixe de acreditar nos servos e nas servas de Deus, mas, meu objetivo é lhe estimular a crer mais na infalível e inerrante palavra de Deus.
Deus, por ter compromisso com a sua palavra irá sempre fazer as correções necessárias, e se necessário for irá expor os falsificadores da sua palavra.
Ele irá usar seus profetas para isso. Deus tem seus servos e servas.
Esclarecendo outro ponto importante:
Os profetas só existiram no período do Antigo Israel? (A.Testamento)
A resposta é não, os escritores do Novo Testamento citam vários profetas e profetizas.
Muitos interpretam do forma equivocada o texto e ministério profético.
(ver Lucas 16.16)
Lembram da profetiza Ana que eu citei? Eu a mencionei propositadamente para mostrar que durante os dias de Jesus e período da igreja houveram profetas, eles nunca deixaram de existir.
Os profetas foram fundamentais para a preservação da vida e da pureza espiritual do povo, são os profetas do A.T que nos dão o norte de como e de qual o propósito dos profetas do N.T. se no período dos reis eles estavam lá transmitindo a vontade de Deus, alertando a cerca dos perigos, exortando p povo a manter a pureza e santidade, no período da igreja esse ministério continua ativo com o mesmo propósito.
A bíblia cita nominalmente alguns profetas do N.T outros são anônimos como as filha de Felipe que seus nomes não são citados.
"E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Claudio César" (ver Atos 11.27,28)
"E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesáreia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.
E tinha este quatro filhas virgens, que profetizavam" (ver Atos 21.8,9)
Outro ponto importante a ser esclarecido:
Nos dias atuais, ainda existem profetas?
A resposta é sim.
Esse é um ministério que existirá enquanto a igreja estiver presente na terra. A função do profeta na igreja inclui o seguinte: Proclamar e interpretar a palavra de Deus pelo Espírito Santo, admoestar, exortar, animar, consolar e edificar a igreja (Bíblia de Estudo Pentecostal Pg 1814)
Haviam profetas de todas as classes, pessoas simples como Amós que era pastor de ovelhas, profetas rudes e tempestuoso como o profeta Elias, mas também haviam profetas de classe nobre e letrados como o profeta Elias. A condição financeira, a classe jamais foi impeditivo ou meritório para se exercer o ofício profético. Deus tem seus critérios e propósitos, ele usa quem quer, quando quer e quando quiser. Deus jamais deixará de falar com seu povo por meio de seus servos os profetas. São eles que exortam o povo. Quando Deus se irritou com o povo, as reuniões e sacrifícios não passavam de cerimoniais e liturgias vazias e sem propósito quem Deus usou?
Os profetas. Porque não usou os sacerdotes?
(ver Izaias 1.13-17 e Amós 5. 21-27)
Não se trata de exclusão e sim de propósito. O sacerdote é responsável por manter o ritual, o cerimonial e a vida congregacional. O altar deve continuar acesso. Os sacerdotes estão atentos aos sacrifícios e a liturgia, eles são os responsáveis de olhar essas coisas, mas eles só enxergam o lado de fora, os profetas olham o ritual pelo lado de dentro pois veem o coração do ofertante.
Deus jamais deixará de falar com seu povo através de seus profetas, e sempre que precisar ele os exortará para que não se percam.
(ver 1 Pedro 4.17)
A parábola da dracma perdida é perfeita (Lucas 15.8)
A dracma foi perdida dentro da casa. Qual a primeira atitude?
Acender a lâmpada. A lâmpada é símbolo da palavra de Deus (Salmo 119.105) a palavra de exortação e despertamento alcança o vacilante e o perdido.
Deus tem os seus servos, ele os usará sempre que necessário.
Na esperança, na fé e crendo na promessa
R.Silva
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