Provérbios 22.28 “Não removas os limites
antigos que fizeram seus pais”
O autodespojamento.
As verdades bíblicas não podem ser
adaptadas ao modo de viver, a cultura, ao tempo, ou a época. As verdades
bíblicas precisam ser assimiladas por todos, de forma que seu modo de viver
mude independentemente da cultura, tempo ou época que viva.
A mensagem de Cristo tem o propósito de
fazer o homem voltar ao caminho certo (2Pe 2.15) “Os quais, deixando o caminho
direito erraram...”, pois todos erraram. Paulo diz: “Todos se extraviaram e
juntamente se fizeram inúteis” (Rm 3.12) e o propósito de Deus é o de resgatar
o homem do seu erro.
A igreja tem esta missão, uma vez que é
coluna e baluarte da verdade (1tm 3.15)
Não podemos confundir a igreja de Cristo
com a igreja dos homens; pois a diferença está exatamente naquilo que ela
reproduz. A igreja dos homens reproduzem os ensinos dos homens, a igreja de
Cristo reproduz os ensinos de Cristo. Na igreja dos homens o homem é o centro,
na igreja de Cristo Ele é o centro. Na igreja dos homens é a vontade dos homens
que deve ser feita, na igreja de Cristo é sempre feita a vontade de Cristo.
Dito isto, vamos para a verdade esquecida: O Autodespojamento. Essa é uma
verdade ensinada por Cristo, mantida e ensinada por seus discípulos (Apóstolos)
e reproduzida pela igreja primitiva.
Jesus em um de seus discursos revelou a
síntese do autodespojamento: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si
mesmo, tome a sua cruz e siga-me”(Mt 16.24) e não apenas isso, a vida e
ministério de Jesus falam por si só sobre o ato de despojar-se.
Jesus ao iniciar o seu ministério deu uma
mostra de qual seria a base do seu Reino quando proferiu o Sermão da Montanha.
Ele começou assim: “Bem aventurado os pobres de espírito” (Mt 5.3) os que não
são altivos, autodependentes, presunçosos.
Outro trecho deste discurso reflete bem o
espírito do autodespojamento e nos leva para uma visão mais abrangente sobre
este ato: “Bem aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e,
mentindo, disserem todo mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos,
porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.11,12)
Este trecho em particular mostra a
amplitude do despojamento. Este despojar abrange todos os aspectos da vida
humana, que mostra que o homem deve despojar-se também de qualquer sentimento
de vingança, ou raiva, e nos faz compreender que há maior recompensa no ato do
despojamento.
Outro trecho fala sobre isso: “Eu porém,
vos digo que não resistais ao mal; ma se qualquer te bater na face direita,
oferece-lhe também a outra” (Mt 5.39)
Talvez alguém que esteja lendo este
arrazoado e sinta-se enfadado com o assunto. Eu não lhe culpo, isso é porque
você ainda está cheio de si.
Permita-me contar-lhe uma história sobre
um jovem que tinha um sonho de servir a Deus e obedece-lhe em tudo.
Crescia uma criança em certa cidade. Esta
criança desde muito cedo demonstrava grande interesse pela palavra de Deus.
Rotineiramente frequentava a escola bíblica, e sempre ficava entusiasmado com
os heróis da bíblia. Seu coração era inflamado pelos relatos de muitos homens
que realizaram verdadeiras proezas em nome de Deus. O tempo passou, esta
criança cresceu, mas no seu coração o desejo de servir a Deus não havia
morrido. Chega então o momento esperado, um chamado, é hora de tornar real seu
sonho; um convite: “Vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro
no céu; depois, vem e segue-me” (Mateus 19.21) Como é difícil o
autodespojamento, mas ele é necessário. Muitos estão cheios de si, estão cheios
de tantas coisas, porém vazios da palavra de Deus e do Deus da palavra.
Paulo diz: “De sorte que haja em vós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus,
não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a
forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2. 5-7)
Entenderam porque muitos não conseguem
despojar-se? Porque existem muitas igrejas de homens que ensinam o oposto dos
ensinos de Cristo!
“Porque os tais não servem a nosso Senhor
Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas, enganam o
coração dos símplices” (Romanos 16.18)
“Porque muitos há, dos quais muitas vezes
vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O
fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para
confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3.18,19)
A igreja dos homens seguem os homens,
suas doutrinas e seus exemplos. A igreja de Cristo segue O Cristo, sua doutrina
e exemplo.
Jesus enfrentou barreiras e muita
resistência. Muitos haviam se esquecido de Deus, e tornaram-se cegos seguindo a
rituais, e abriram espaço para as doutrinas dos homens, e estas tornaram-se
mais importante do que a própria palavra de Deus.
“Este povo honra-me com os seus lábios,
mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas
que são preceitos dos homens” (Mateus 15.8,9)
A doutrina humana pode ser bonita, inteligível,
bem elaborada, adaptada ao momento e a época, mas, ainda assim não passará do
que é: Doutrina de homem.
Muitos estão honrando a Deus com os
lábios, com slogan, com frases em camisetas, com adesivos, com liturgias, com
shows pirotécnicos dentro de prédios, mas o coração continua longe de Deus.
Disse Jesus: “Em vão me adoram”. A verdade
do autodespojamento está esquecida!
Precisamos voltar urgentemente para a
palavra. Precisamos correr desesperadamente, contritos e arrependidos para
Cristo. Precisamos voltar para Deus.
Façamos parte da igreja de Cristo onde
ele é o centro, e onde seus ensinos são reproduzidos.
Na fé, na reprodução, e na esperança.
(R.Silva)