quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Salomão



“Salomão, filho de Davi, estabeleceu-se com firmeza em seu reino, pois o Senhor, o seu Deus, estava com ele e o tornou muito poderoso” (2crônicas 1.1)
Salomão um personagem conhecido mundialmente. Sua fama se deu por sua sabedoria e fortuna. Grandes exploradores correram em busca de encontrar seu tesouro. Seu reinado dá inicio ao período áureo de Israel. Se Davi seu pai era o homem segundo o coração de Deus, Salomão por sua vez era o homem amado por Deus. Deus o abençoou com sabedoria e riqueza inigualáveis. Até hoje, Salomão é celebrado. Salomão foi de fato um grande rei, um político nato. Seus acordos políticos lhe garantiram um forte comércio internacional, ele como ninguém soube explorar o comércio, a importação e a exportação, garantindo-lhe assim aumento substancial de sua fortuna e prosperidade para seu reino. Sobre isso diz a Bíblia: “Ouro e prata eram tão comuns em Jerusalém como as pedras no tempo de Salomão” (2Cr 1.15)
Podemos medir a grandeza de Salomão através dos números. Salomão possuía Mil e quatrocentos carros e Doze mil cavaleiros (2Cr 1.14) Cada carro custava 7,200 kg de ouro e cada cavalo 1,200 kg. Salomão arrecadava por ano 23 toneladas de ouro (1Rs 10.14/2Cr 9.13) Os números são impressionantes! Salomão era extravagante. Salomão mandou fazer duzentos escudos grandes de ouro, cada um com três quilos e seiscentos gramas de ouro; também fez trezentos escudos pequenos com um quilo e duzentos gramas de ouro para colocar em seu Palácio da floresta do Líbano (2Cr 9.15,16) Salomão mandou construir para si um grande trono de marfim revestido de ouro puro, o trono possuía seis degraus, e um estrado de ouro fixo nele. Nos dois lados do assento havia braços, com um leão junto a cada braço. Doze leões ficavam nos seis degraus, um em cada lado. (2Cr 9.17-19) Salomão em seu primeiro sacrifício de dedicação do templo, juntamente com o povo ofereceram tantos sacrifícios que não era possível contar (2Cr 5.6)
Com este ultimo relato alguém pode imaginar que este rei não passava de um esnobe e extravagante monarca. Não podemos ficar com esta impressão. Por mais impressionante que possam parecer estes relatos, a maior ambição de Salomão não estava no ouro ou na prata. Veja o relato.
Salomão passou os quatro primeiros anos de seu governo estabelecendo-se, fazendo acordos, ajustes e organizando-se para a maior obra de sua vida (ver caps 1 ao 3 de 2Cr) do capitulo 3 ao 5 Salomão está na empreitada de construir o templo, e isso durou sete anos (ver caps 3 ao 5 de 2Cr) para Salomão esse seria o seu maior legado (peço a atenção de todos para este momento da história de Salomão) olhemos para este homem motivado por sua missão de construir algo de suma importância para si, seu povo e toda a humanidade: O templo. Salomão sabia da importância dessa obra, ele sabia o que aquela construção representava. Ele faz tudo certo, tudo meticulosamente pensado. (2Cr 5.4) A arca é conduzida para o templo, levada pelos levitas é claro. Estando a arca no templo e tudo já em seu devido lugar, então começa a cerimônia de dedicação do templo. O rei e todo Israel oferecem sacrifícios ao Senhor (2Cr 5.6) após os sacrifícios e os louvores terem sido entoados ao Senhor a casa encheu-se da presença do Senhor (2Cr 5.13) Era tão intensa a presença que os sacerdotes não podiam andar (2Cr 5.14) Salomão então ora a Deus, e o templo então foi dedicado ao Senhor. O rei se apresenta como o UNGIDO, exercendo assim o ministério de rei e sacerdote.
Salomão está em seu ápice espiritual, vivendo seu melhor momento. Não é a sua fortuna que importa, não é seu poder de monarca que impressiona, é a presença de Deus que faz deste rei e deste reino diferente de todos.
A busca particular de Salomão.
Salomão ofereceu sacrifícios de agradecimento e de dedicação ao Senhor (2Cr 5.6) Salomão orou em favor do povo de Israel e também por todos os povos (2Cr 6.12-40) e Deus deu sinal que atenderia a sua oração ao descer fogo do céu e consumir o holocausto e os sacrifícios (2Cr 7.1) Salomão poderia se dar por satisfeito, mas esse homem quer algo mais, ele precisa de algo mais, então ele faz o que para muitos poderia ser visto como um exagero. Salomão oferece 22 dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas (2Cr 7.5) por quê? Qual a razão disso? Salomão precisava de algo para si. O homem que possuía tudo precisava de algo mais? O que é mais importante, o que tem mais valor, o que realmente satisfaz? Eu respondo. Só quem já experimentou a presença de Deus sabe que não há nada mais importante, ou que traga mais sentido à vida do que a presença de Deus. “Então aconteceu que o Senhor apareceu a Salomão” (2Cr 7.12) Quando leio este texto eu me lembro logo de outro (At 2.2) “de repente veio do céu”. A busca por Deus não pode ser medida por números, e sim pelo resultado. Quando existe disposição para buscar a Deus não se pensa em quanto, ou quando, e sim na experiência marcante do encontro. Eu olho para a Bíblia e vejo os “de repente”, é assim que as coisas sobrenaturais acontecem: De repente! Não pode haver ansiedade destruidora, decepcionante, desgastante, enfadonha, e sim, uma busca alegre e desejosa. Os sacrifícios primitivos eram uma espécie de oração, uma oração demonstrada através de atos de sacrifícios, era uma das formas de se buscar a Deus, e digo que era a forma que o adorador demonstrava toda a sua devoção a Deus, pois era isso que seu sacrifício, ou o tipo de sacrifício mostrava. Para Salomão, não havia nada de mais importante ou valioso do que a presença de Deus, ele mesmo dá provas disso. Sua história de vida possui muitas nuances, porém, por fim ele define o significado e propósito da existência humana da seguinte forma: “Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarde seus mandamentos; porque isso é todo o dever do homem” (Eclesiastes 12.13)
Eu vejo neste homem Salomão, e nas suas palavras a definição da satisfação humana. Agostinho disse: “Antes de encontrarmos a Deus todos andamos desassossegados”, esta frase define Salomão, todo desassossego acaba no momento que ele encontra a Deus, após experimentar tudo o que o seu coração desejou, ele então se volta para Deus e reconhece que Deus supre a necessidade máxima do homem.
Os números na vida de Salomão são surpreendentes, mas eles mostram uma coisa: Necessidade de Deus (2Cr 7.5) Maria derrama unguento precioso em Jesus (Jo 12.3-) Alguém diz: “Que desperdício!” Para muitos, demonstrações assim parecem um exagero, e não é, são demonstrações de o quanto se adora e ama a Deus. Ninguém deve nos julgar por nossas atitudes de devoção a Deus, muitos ficam paralisados, gélidos, mudos e engessados. Os verdadeiros adoradores são espontâneos e dispostos a oferecer sacrifícios de louvor que para muitos aparecerá como extravagante. Não se importe, ofereça o melhor para Deus.

Na fé, na adoração e na esperança.

(R.Silva)


terça-feira, 29 de agosto de 2017

Crimes de Um Ungido



Crimes de Um Ungido.

“Então, tomou Samuel um vaso de azeite e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Porventura, te não tem ungido o Senhor por capitão sobre a sua herdade?... E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles e te mudarás em outro homem. E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo” (1Samuel 10.1,6,7)
Estes três versículos falam do dia em que Saul foi ungido rei sobre Israel, e que sinais se dariam como confirmação de que ele estaria sendo preparado para esta tarefa.
Embora fosse esta uma tarefa comum, ou melhor, de âmbito natural da vida humana; pois, o que há de sobrenatural em ser rei (ou como o nosso sistema de governo), ser presidente? Nada! Podemos enxergar as coisas desta maneira, é a maneira lógica de ver; embora não podemos nos esquecer de que, forças espirituais lutam contra os governos, fazendo deles seus instrumentos, ou tentado os destruir. Voltando ao texto. No caso de Saul, ele precisava ser ungido por Deus, ou receber a unção para ser o líder de Israel, e somente após esta unção, e após os sinais que se sucederiam é que ele estaria pronto para liderar o povo de Deus. Ninguém pode liderar o povo de Deus sem que antes seja ungido, e sem que antes alguns sinais se evidenciem em sua vida. Que sinais foram estes? Vejamos:
O Espírito do Senhor se apoderará de ti (1Sm 10.6)
Profetizarás (1Sm 10.6)
Te mudarás em outro homem (1Sm 10.6)
Tudo isso aconteceu mesmo. Ele foi tomado pelo Espírito, ele profetizou, seu coração mudou, ele passou a liderar. Deus não falhou no que havia prometido, e jamais falha.
Vejamos a história. Deus não erra ao escolher ninguém, a unção jamais é desperdiçada.  Deus não está tentando acertar jamais. Ele não erra. Porque então Saul é conhecido na história como o ungido que foi rejeitado por Deus?
A resposta é simples. A unção é uma confirmação, é uma capacitação. Confirmação de que alguém foi escolhido para tal missão, e capacitação para o cumprimento desta tal missão. Isso não quer dizer que, tal ungido não cometerá erros, ou que ele se tornará infalível após a unção. Deus não retira do ungido o seu livre arbítrio, e nem anula suas vontades ou desejos. Assim como Saul errou, qualquer um está sujeito ao erro.
A lição que podemos tirar da vida de Saul é não devemos cometer os mesmo erros que ele, para não sermos rejeitados por Deus como ele foi.
Saul demonstrou desde o inicio alguns pontos fracos que precisavam ser consertados. Impaciência somada o desobediência. (1Sm 13.8-14) Samuel havia dado a Saul uma ordem vinda de Deus, para que esperassem sete dias para oferecer sacrifícios ao Senhor e seu reino seria confirmado. O que Saul fez? De forma imprudente, e precipitada resolve fazer diferente do que a ordem recebida. Não adianta fazer, tem que ser feito como Deus quer. Fazer diferente da vontade de Deus é desobedecer, e desobedecer é pecar.
Primeiro crime de Saul: Desobediência.
O Deus misericordioso, louvado para sempre seja o seu nome, deu a Saul outra oportunidade. O exercito de Israel obtém uma grande vitória contra os Filisteus (1Sm 14.1-31) e por mais uma vez Saul desobedece deixando de fazer o que Deus manda, e da forma como Deus manda (1Sm 15.3,9)
Muitos se acham intocáveis, e pelo simples fato de terem sido escolhidos acham que podem e devem fazer e agir da maneira que bem entendem, achando que Deus irá chancelar suas atitudes. Estão redondamente enganados. Não estamos incitando ninguém a promover levantes contra os escolhidos, uma vez que não devemos estender a mão para a iniquidade mesmo quando tais escolhidos cometem atos abusivos, e absurdos, ainda assim devemos acreditar que Deus está no controle de tudo e Ele, somente Ele retribuirá a cada um segundo seus atos.
“Não toqueis os meus ungidos, e aos meus profetas não façais mal” (1Cr 16.22)
Esta é uma recomendação bíblica, que trás a lembrança de que Deus é o responsável por seus ungidos. Nós não devemos estender a mão contra o ungido, mas sabe quem o faz? Deus. É ele quem estende a mão contra o ungido, se este não está procedendo da forma e do jeito que Deus quer. Vejamos:
(2Sm 12.9,10) “Porque, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com espada dos filhos de Amom. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher”
A sentença se estende ainda mais, porém, aqui, dá para perceber que quando Deus escolhe (unge) ele não se torna complacente com os erros (crimes) de seus “Ungidos”. Deus jamais fecha os olhos para os desvios de conduta de quem quer que seja.
A nação de Israel passa a crescer ainda mais, e continua avançando em suas conquistas. O exercito ganha força e motivação com as novas conquistas, e mais jovem passam a se alistar no exercito de Israel. Porém, mais um desafio está à frente do recém-formado exercito. Um gigante Filisteu desafia todo o exercito, estes temendo não ousam enfrentar o gigante guerreiro. Neste momento da história e que surge um jovem pastor de ovelhas Davi, que munido de coragem e fé, resolve aceitar o desafio de enfrentar o gigante. Resultado? Vitória! Surge então um novo herói em Israel dando então vitória para todo o povo. O rei deveria ficar feliz, mas não fica. Por quê? Mais uma fraqueza de Saul vem à tona: ciúme. O ciúme é um sintoma da falta de confiança, e de segurança, e é nutrido por um sentimento exagerado de posse. Um erro e uma burrice gigantesca por parte de Saul, pois, quem era Davi? Apenas um servo, e Saul era o rei. Toda vitória conquistada por  Davi, não era para o Davi, e sim para o reino de Israel, e quem era o rei de Israel? Saul. Este é o segundo crime de Saul: Ciúme.
Na cabeça de Saul estava um único pensamento: Davi vai tomar aquilo que é meu! Davi não estava ali para tomar nada. É isso que se passa na cabeça de todo ciumento. Ele vai tomar aquilo que é meu. (1Sm 18.8,9) “Então, Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos; e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade que lhe falta, se não só o reino? E desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi com suspeita”
Veja que como o estado de uma pessoa tende a piorar quando esta não consegue enxergar com bons olhos o próprio bem que está ao seu lado (1Sm 16.14) o estado de Saul foi só piorando à medida que dava lugar ao mal. todos nós precisamos ter cuidado quanto a sentimentos que alimentamos dentro de nós. Muitos começam bem, ouvem a voz de Deus, obedecendo, estendendo a mão, sendo um canal de benção, de repente passam a dar lugar ao mal que tão de perto os rodeia, e então é tarde demais, e ao invés de fazerem o bem, começam a fazer o mal. Muitos “ungidos” não conseguem ter relacionamentos fraternais sinceros, não conseguem ser verdadeiros, não são leais, não são confiáveis e etc. Por quê? Deixaram o mal os dominar. Vigiem não cometam o mesmo crime que Saul.
Se o segundo crime de Saul foi o ciúme, terceiro foi a Inveja.
A inveja é um sentimento movido pelo desejo de possuir o que outro possui. E não quer dizer que: Ele tem, e eu quero também ter a mesma coisa. Não! A inveja é assim: Eu quero tomar o que ele tem para que somente eu tenha! Isto é a inveja.
“E desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi com suspeita” (1Sm 18.9)
Saul não suportava a popularidade, e o fato de Davi ser bem quisto pelo povo. Ele queria aquilo tudo só para ele. Saul não era popular entre o povo, nem todos o haviam aceitado em cem por cento como rei sobre todo o Israel (1Sm 11.12-14) para muitos ungidos, o simples fato de não serem aceitos pela maioria é motivo de desconfiança e de perseguição contra os opostos. No caso de Saul, um rei sobre Israel era algo novo, que ainda estava em processo de assimilação, e isso envolveria uma entrega total por parte de ambos os lados, todos deveriam trabalhar juntos suas diferenças e vencer a cada uma delas visando o bem comum. Muitos não pensam assim.
Ao invés de Saul procurar ver o que havia de bom em Davi e que o povo gostava e procurar assimilar isso para si, ele resolve perseguir e eliminar aquele que ele pensava que era o causador de tudo aquilo: Davi. (1Sm 18.21,29; 19.1)
A jornada de Saul foi em ordem decrescente, ele se afundava cada vez mais. Isso o leva ao seu quarto crime: Matar os opositores.
“E disse o rei aos da sua guarda, que estavam com ele: virai-vos e matai os sacerdotes do Senhor, porque também a sua mão é com Davi”...(1Sm 22.17)
Saul nutria um ódio terrível contra Davi, e também contra todos os que fossem favoráveis a ele. Isso lhe cegava completamente, a ponto de não perceber seu erro, e que se afastava cada vez mais para longe dos caminhos de Deus.
Isso leva a Saul a cometer seu quinto crime: Andar no cominho dos pecadores.
Quando Saul procura uma feiticeira, ele chega ao fundo do poço de seus atos (1Sm 28.7). Ele mostra com isso que não confia mais em Deus, que não precisa de Deus, e que não se importa com a palavra de Deus. Não é isso que fazem os pecadores? O mesmo que proibira tal prática, que era uma ordem de Deus, agora está praticando os mesmos atos, Saul está andando no caminho dos pecadores. Isso me lembra um outro texto: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detêm no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1.1,2)
Davi foi para Saul um exemplo de servo dedicado, e além de tudo isso, estava mostrando a Saul como Deus gostaria que ele fosse, mas que por diversas vezes havia rejeitado o ensinamento de Deus. Deus seria capaz de mudar o que havia dito sobre Saul (1Sm 15.10;16.1), e o tempo em que passou como rei de Israel sua história seria outra. Se Saul tem alguma honra até hoje em Israel, isso se dá porque Davi o honrou como um escolhido de Deus.
Muitos ungidos fazem como Saul; tentam matar o servos de Deus porque não suportam ver na vida de outros aquilo que um dia  já tiveram na sua, mais que agora perderam, e por essa razão são atormentados por espíritos (sentimentos).
                                  
Não cometam os crimes de Saul. Não deixem que o mal os domine. Sejam livres de qualquer má influencia e sejam um canal de benção na vida de todos.
Deus, somente Deus, toca nos ungidos.
Na fé, na paz e servido a Deus e ao Reino.

(R.Silva)

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Dizimo, Antigo Testamento e Novo Testamento ?



Malaquias 3.10 “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa...”
A palavra hebraica para dizimo é Ma’aser que significa literalmente “a décima parte”.
Na lei de Deus, os israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas (Lv 27.30-32) O dizimo era usado primariamente para cobrir as despesas do culto e o sustento dos sacerdotes (Donald C. Stanps-BEP,Pg.1375)
O dizimo, ou ato de dizimar era uma prática ancestral, antes mesmo de ser promulgada na lei.
(Gn 14.20) “e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dizimo de tudo”.
(Gn 28.22) “e esta pedra, que tenho posto por coluna, será casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dizimo”
A tribo de Levi era a única autorizada por Deus para receber os dízimos de seus irmãos israelitas (Nm 18.21) “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que exercem, o ministério da tenda da congregação”
Bom, até aqui vimos que o dizimo era praticado, e era uma ordenança no antigo testamento; mas ele o é também no novo testamento?
O dizimo no novo testamento:
Como Jesus via o dizimo, ele o apoiava como prática de gratidão e obediência, ou ele o ignorava e o proibia?
(Mt 23.23) “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais dizimo das hortelã. do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”.
Não confunda a critica de Jesus sobre a hipocrisia de alguns, com a obediência que ele ressalta. Vejamos:
“deveis, porém, fazer essas coisas”.
Que coisas? O ato de entregar o dizimo.
Jesus não está condenando a obediência dos fariseus, ele está criticando sim a hipocrisia de alguns. Em outra passagem Jesus usa os fariseus, ou seja, a sua obediência e seu esforço quase que visceral em obedecer à lei como parâmetro para se entrar no Reino (Mt 5.20) “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus”
O sacerdócio de Jesus não era e nunca foi contra o dizimo, pelo contrário o recebeu, pois, somente o maior poderia abençoar o menor. Na tradição judaica, Abraão como sendo pai dos judeus é o maior de todos, porém, este entrega os dízimos a Malki-Tzedek (Melquisedeque)
Quem era este Malki-Tzedek? Esta figura enigmática aparece na literatura como sem origem de nascimento, genealogia ou morte, isto não quer dizer que não tivesse pai, mãe, antepassados, nascimento ou morte, mas que o Tanakh não contém registros deles. Esse fato habilita o autor a desenvolver a midrash  (Aplicação Alegórica Rabínica) de que Malki-Tzedek semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre(CJNT-David H. Stern-Pg 739 e740)
A midrash pode ser entendida assim: O Tanakh  não apresenta Malki-Tzedek de nenhum outro modo que não um Kohen (sacerdote); e uma vez que o Tanakh (Tanakh é um acrônimo formado a partir das primeiras letras das três partes da Bíblia Hebraica: Torá, N’vi’im, K’tuvim) é eternamente verdadeiro, a existência de Malki-Tzedek como um Kohen (sacerdote) pode ser considerada como sendo eterna. (CJNT-David H. Stern-Pg.740)
De forma acertada o escritor aos hebreus apresenta Malki-Tzedek (Melquisedeque) como sendo um tipo, ou figura de Cristo (Hb 5.1-10) e no capitulo sete o escritor nos apresenta uma ordem de grandeza: O maior é Malki-Tzedek (Melquisedeque) que recebia a décima parte de Avraham (Abraão), o segundo maior é Avraham, que pagava a décima parte; o terceiro é Levi, que recebe dízimos, pagou o dizimo por meio de Avraham (Abraão), porque ele ainda estava no corpo de Avraham seu antepassado; em quarto vêm os descendentes de Levi, ou Kohanim (sacerdotes), que são aqueles que de fato recebem os dízimos, e não Levi; e por último, o povo de Israel, que os pagam (vv 9-10) (CJNT-David H. Stern. pg.740) Assim a Bíblia diz que Jesus é sacerdote eternamente segundo a ordem de Malki-Tzedek (Melquisedeque) (Hb 7.17) desta forma, a ordem sacerdotal de Jesus recebeu dízimos.
Então, podemos afirmar que, o dizimo é tanto do A.T como do N.T.       
O que é entregar o dizimo?
1-  É um ato de Obediência (Lv 27.30/Ml 3.10/Mt 23.23)
2-  É um ato de gratidão e reconhecimento (Gn 4.4/Gn 14.17-20/Sl 24.1/Mt 5.45)
3-  É estar isento da culpa (Ml 3.8)

4-  É estar debaixo da benção da obediência (Dt 28.1-13/Ml 3.10-12)